Queridos irmãos e irmãs, no Evangelho de hoje (Lc 6,20-26), Lucas nos apresenta as Bem-aventuranças um pouco diferente do Evangelho de Mateus. Lucas nos mostra as Bem-aventuranças e por outro lado o oposto delas quando Jesus diz: Ai de vós...
Todos nós estamos em busca da felicidade, porém nem sempre esta busca é feita de forma correta. Assim, acabamos fazendo a experiência de uma alegria momentânea e não a experiência da verdadeira felicidade que preenche a alma.
Não é raro encontrarmos pessoas afortunadas, bem sucedidas na vida profissional e material, porém vazias de sentido, vazias existencialmente. Não que ser afortunado e bem sucedido seja um problema, é que muitas vezes o sucesso pode cegar a alma, deixando a pessoa totalmente insensível ao que realmente é essencial e que dá sentido à vida.
Muitos colocam sua segurança e buscam consolo nas posses; gozam a vida de forma extravagante; muitas "amizades" surgem por interesses; muitos ficam deslumbrados com os aplausos e elogios. Mas, quando não se busca a Deus tudo isso não passa de ilusão. Os que tinham motivos para sorrir, acabam por chorar ao se deparar com o grande abismo que corrói a alma. Os que tinham fartura acabam por ter que se deparar com a fome na alma, e que só Deus pode saciar. Muitos dos que recebiam elogios e aplausos acabam por fazer a experiência da solidão espiritual e ter que buscar em Deus o seu refúgio.
Jesus, no Evangelho, lança um desafio de nos aventurarmos na busca da verdadeira felicidade. Não uma felicidade momentânea e por vezes mundana, mas a felicidade em sua plenitude que somente em Cristo podemos encontrar. Felicidade que se estende nos acontecimentos da vida e não num "pedacinho" dela. Mãe do Perpétuo Socorro. Rogai por nós.
Missionário redentorista, padre Donizete Araújo.