Sem a graça, nada podemos fazer de
digno
Devemos todos imaginar que
estamos sobre as alturas de um monte, sustentados sobre o abismo de todos os
pecados e amparados apenas pelo fio da oração. Se este fio se arrebentar,
cairemos neste abismo e cometeremos os crimes mais horrorosos. Se Deus não me
tivesse ajudado, já teria caído no inferno. Assim falava o salmista e assim
deve dizer cada um de nós. O mesmo queria dizer São Francisco de Assis, quando
dizia ser ele o maior pecador do mundo. Mas, meu pai, disse-lhe o seu
companheiro frei de comunidade, não é verdade o que dizeis. Existem muitos no
mundo que são piores do que vós. É verdade, meu irmão, respondeu o santo,
porque se Deus não tivesse sobre mim sua mão protetora, eu cairia em todos os
pecados.
Sem a graça de Deus, não podemos fazer obra alguma, nem
tão pouco ter um bom pensamento. Diz Santo Agostinho, não podem os homens fazer
bem algum, quer por pensamentos, quer por palavras ou obras. Como os olhos não
podem ver sem a luz, assim o homem não pode fazer o bem sem a graça.
Quem achar
que fez algum bem e que não caiu em maiores pecados, diga com São Paulo: “Pela
graça de Deus, sou o que sou”.
Pela mesma razão, não deixe o homem de tremer e recear
cair em todas as ocasiões. Quem está de pé, veja que não caia. Com isto, quer
São Paulo avisar que quem está em grande perigo de cair é quem se julga seguro.
Quem julga ser coisa alguma, não sendo nada, engana-se. Muito sabiamente
escreveu Santo Agostinho: “Muitos, sendo fracos, não se fortificam, porque se
julgam fortes, só os que se sentem fracos serão fortes.
Não devemos
desprezar os outros por terem caído e nós não, pelo contrário, quando virmos
outros caírem, julguemos que somos piores de todos e digamos ao Senhor: Se não
me tivesse ajudado, Senhor, eu teria feito pior ainda.
Mãe
do Perpétuo Socorro. Rogai por nós!
Missionário
Redentorista, Pe. Sergio Lima