Esse
Evangelho fala em primeiro lugar de uma realidade que cada cristão encontra em
sua vida Cristã. Isto é, a necessidade de perdoar os que nos ofenderam. Somos
por natureza “imperfeitos”. E sendo imperfeitos nós vamos ofender uns aos
outros. É uma realidade bruta de qualquer vida comunitária como aquela de nossa
família. A comunidade perfeita não existe simplesmente porque os membros são em
si imperfeitos.
Essa
realidade causa automaticamente momentos de fricção, tensão, dor,
desentendimentos, brigas, incoerências e desilusão e o resultado é de não
perdoar. Mas a maioria das ofensas cometidas em família não são grandes e são fáceis
para perdoar se houver generosidade,
compreensão e amor em nosso coração. Caridade na forma de perdão supera toda
ofensa. Devemos perdoar “não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes”
disse Jesus ao Pedro. Foi uma maneira poética para dizer que não há limite no
perdão quando nosso irmão nos ofende.
Nossa
realidade familiar é um jogo entre momentos de paz e de vivência gostosa, mas
também de possíveis momentos de profunda desilusão, tensão e pecado contra
minha pessoa. Jesus nos ensinou que não devemos limitar o perdão aos outros.
Como? A primeira norma rezamos cada dia no Pai Nosso. “Pai perdoai-nos as
nossas ofensas assim como nós perdoamos os que nos ofenderam”. Eis o que
estamos pedindo a Deus: que Ele nos perdoa exatamente como nós perdoamos aos
outros. A segunda norma está no evangelho de hoje.
Primeiro
deve procurar pessoalmente aquele que me ofendeu para oferecer-lhe o perdão.
Todo esforço está na busca de perdoar e acolher a conversão dessa pessoa. O
perdão tira meu ofensor de uma condição de “morte” para uma atitude de
oferecer-lhe o dom da ressurreição. Nova vida. Precisamos de muita oração para
deixar que Cristo toque e sare a ferida em nós e depois devemos buscar nosso
irmão para oferecer-lhe o dom que Deus dá a mim diante dos meus pecados, isto
é, a misericórdia, o perdão e a libertação.
Que Maria, Mãe
do Perpetuo Socorro nos ajude a perdoar nossos irmãos.
Missionário redentorista, Pe. Lourenço Kearns